No âmbito do estudo da obra Dentes de Rato de Agustina Bessa-Luís, foi lançado aos alunos um desafio: imaginar que a família de Lourença arranjava forma de acabar com o seu vício de roer maçãs.
Eis algumas propostas...
A mãe
de Lourença estava farta de ir à cozinha e encontrar a fruta toda roída, até
porque, sem a fruta em condições, não podia fazer os bolos de pêra e maçã de
que tanto gostava o pai.
Ela
sabia que tinha de encontrar uma solução, para resolver o problema. Falar com
ela, não resolveu; esconder a fruta, também não resultou: tinha um faro tão
apurado, que parecia mais um cão…
“Porque é que eu tenho de pensar nisto
sozinha?”, pensava ela.
Foi chamar o Falco, a Marta e o Artur para
a ajudarem.
O Artur sugeriu que escondessem a fruta,
mas já tinha sido experimentado. A Marta sugeriu falar com ela calmamente, mas também
já tinha sido experimentado.
O Falco, que era calmo, mas também um pouco
traquinas, sugeriu bombinhas. ”Bombinhas? Mas bombinhas como?”- pensaram a mãe e os irmãos.
O Falco explicou que se pusessem bombinhas
na fruteira, estas iriam “rebentar” quando Lourença tentasse ir buscar a fruta
para a roer.
Todos gostaram da ideia.
No dia seguinte, a fruteira estava cheia de
bombinhas. A mãe estava a cozinhar quando viu Lourença a ir, sorrateiramente,
até à fruteira. Foi ao pé dela e disse-lhe:
- Se fosse a ti, não faria isso!
Lourença ficou com medo e foi-se embora.
Distraída, a mãe deixou a colher cair em
cima da fruteira e… a fruta começou aos estalinhos!...
Lourença ficou a pensar: “ O feitiço virou-
se contra o Feiticeiro!”.
Matilde
Lopes - 7ºA
Fez-se noite. Lourença tinha ido dormir e a sua família
ficara na sala para acabar de vez com o seu vício.
A mãe, o pai e os irmãos pensavam. Marta disse logo que não
faria parte ativa do plano, mas que daria ideias.
A mãe, depois de algum tempo, disse que seria difícil, mas
que tinha tido a ideia de pôr “lagartas-goma” na maçã mais vermelha e apetitosa.
Assim, quando Lourença a trincasse, pensaria ter acabado de morder lagartas.
Todos concordaram e até combinaram um sinal.
No dia seguinte, Lourença achou todos muito estranhos,
principalmente Marta que, nos outros dias, se armava em pancrácia com ela e, naquele
dia, não. Sabia, no entanto, por experiência própria, que os adultos eram todos
um pouco estranhos. Surpreendeu-se também com as ausências de Artur e Falco que
tinham ido à pastelaria e à mercearia comprar doces (gomas) e maçãs vermelhas.
Quando regressaram, Artur e Falco entregaram a “mercadoria” à
mãe. Tudo parecia pronto para a missão secreta.
A mãe pediu a Serafina que pusesse as gomas dentro da maçã mas
que não se notasse quase nada.
Dado esse passo, o pai pôs a maçã na fruteira e esconderam-se
todos, pois Lourença vinha lá. Esta escolheu a maçã “ envenenada” e trincou-a “com
todos os dentes que tinha”.Ficou surpreendida e logo lhe saltou à vista uma
enorme “ lagarta”.
A família apareceu e Lourença aprendeu a lição.
Mariana Major – 7ºA
Um dia, a mãe de Lourença, farta de
ver maçãs meio comidas na fruteira, resolveu parar com o vício da filha.
Reuniu a
família e decretou que, daí em diante, não haveria mais maçãs naquela casa até
que Lourença as comesse todas.
Lourença não
aceitou muito bem, foi para o seu quarto e pôs-se a imaginar.
No dia
seguinte, lá foi Lourença à fruteira tentar trincar a sua maçã, mas não lá
estava nenhuma. Entrou em pânico. Não passava sem as suas maçãs. Apareceu,
então, Marta:
- Ó maninha, esqueceste que não haverá mais
maçãs até perderes esse teu vício de trincar maçãs? Aguenta-te.
E foi-se
embora deixando-a, ali, a olhar para ela.
Se era assim
que elas queriam, então era assim que Lourença lhes “iria dar”.
Começou a
comer as maçãs que tinha escondidas numa caixa, debaixo da cama. Tentava
comê-las todas, mas era tão difícil! Tentou, tentou e tentou. Conseguiu. Comeu
todas as maçãs mas, desta vez, comeu-as até ao fim.
Foi ter com
a mãe:
- Mãe, já
consigo comer as maçãs todas.
A mãe, nada convencida,
tirou uma maçã que tinha escondido no frigorífico e deu-lha a comer. Lourença fê-lo
e a mãe voltou a pôr as maçãs na fruteira, convencida de que a filha tinha
perdido o vício.
No dia
seguinte, já lá estava a maçã meio comida na fruteira. Não havia nada a fazer! Azar!
Mariana Conde – 7ºA
Como primo da Lourença,
tive de planear um esquema para ela deixar de dar apenas uma trinca nas maçãs
ou deixar de comê-las. É que a Serafina gosta muito de fazer bolo e compota de
maçã e, quando vai a ver, já não há maçãs inteiras porque Lourença “comeu-as”.
O meu esquema consistia em maçãs podres. Mandava Serafina ir
comprar um quilo de maçãs e escondê-las na cave, onde Lourença nunca ia.
Depois, dizia aos “mestres dos esquemas”, Artur e Falco que fossem lá abaixo
pôr muitas mantas de inverno e lençóis para que apodrecessem.
Depois de uma semana a apodrecerem, a Marta, perita em
maquilhagem, pintaria as maçãs de vermelho e colocar-lhes-ia perfume para que
ficassem como se tivessem sidas colhidas naquele momento. Parecia não haver nenhum
problema.
À medida que a Marta as fosse pintando, passá-las-ia ao pai
que era cirurgião. Este cortaria a zona de baixo, colocaria um “comprimido de
mau humor” e voltava a voltaria a compor a maçã como se não tivesse feito nada.
Depois de algum tempo, as etapas já estavam todas cumpridas.
Deixamos Lourença em casa (no seu
quarto) e fomos ao café da frente tomar uma bebida.
Quando chegamos a casa, ouvimo-la gritar e dizer “AI QUE
NOJO”.
No
dia seguinte … no mês seguinte… e … no ano seguinte… nunca mais apareceram
maçãs “mordiscadas” por Lourença
Miguel Reis
7ºA
Lourença, como todos sabem,
sempre que tirava uma maçã da fruteira, dava uma só “trinca” e abandonava a sua
maçã.
Um dia, os seus
familiares e a Serafina resolveram impor uma dieta de maçãs à pequena Lourença.
Dessa forma, já não se desperdiçariam mais maçãs.
Numa sexta-feira, após o
jantar, o pai de Lourença resolveu dizer-lhe o que pretendia. Lourença, quando
ouviu o seu próprio pai a propor-lhe tal coisa, ficou de tal maneira triste que
passou uma hora a chorar no seu “barco de aventuras’’.
No dia seguinte, às
escondidas, foi à cozinha em bicos de pés tentar dar a sua “trinca” habitual.
Quando acabou de fazê-lo, foi-se embora, mas, foi apanhada pelo seu maldito
irmãozito - Falco - que foi logo contar
à mãe.
Esta foi logo entregar a
maçã a Lourença e disse:
- Não, não, minha
menina! Agora comes a maçã até ao fim, senão obrigo-te a fazer a dieta de
maçãs.
Assim,
Lourença decidiu ir para o seu “barco’’ imaginando-se, no país das maçãs,
podendo dar trincas infinitas em cada uma das suas maçãs.
Sempre que era apanhada a “mordiscar” maçãs, a
mãe recorria a esta estratégia. Assim, Lourença foi-se habituando a comer as
maçãs inteiras e resolveu-se o problema.
Eduarda Vieira - 7ºA
Certo dia, a
irmã Marta e a mãe viram Lourença a ir à cozinha trincar uma maçã e a ir embora
pousando-a outra vez na fruteira. A mãe disse, então, a Marta:
- Filha, já sei
de uma maneira para Lourença parar de trincar as maçãs!
- Como, mãe?
– perguntou Marta.
- À noite,
quando a tua irmã adormecer, vou esconder todas as maçãs debaixo da minha cama,
assim, ela não as encontra. – afirmou a mãe.
Assim foi.
Na manhã
seguinte, quando Lourença acordou, foi à cozinha “ comer” uma maçã e reparou
que estas não estavam na fruteira. Foi aí que começou a pensar: “ Ao pé do
jardim, onde eu costumo ir, há uma macieira com maçãs muito vermelhas e
brilhantes. Enquanto a mãe não comprar mais maçãs, vou lá comê-las! “ E foi o
que ela fez.
Os dias foram
passando e as maçãs continuavam a não aparecer em casa. Lourença continuava a
ir à macieira buscar maçãs…
Passaram
dias, anos e nada!
Algum tempo depois, quando a mãe de Lourença achava que já lhe tinha passado aquela “mania”,
voltou a comprar maçãs e a pô-las na fruteira.
Lourença
reparou e roeu uma. Não adivinhou que a mãe e a irmã estavam a ver.
A mãe resolveu, então, que não valia a pena continuar
a tentar, porque já tinha constatado que a filha jamais perderia o vício.
Jacinta Oliveira - 7ºA
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